domingo, 6 de dezembro de 2009

Prates: Tu És um Verme, e o Jornalista que Não te Denuncie, Um Omisso

Dedicado aos que deram a vida pela Liberdade.

Por Raul Fitipaldi.


Escrevo sem constrangimento nem surpresa. Escrevo para que os estudantes de jornalismo em particular, de qualquer parte, tenham em claro a diferença entre Liberdade de Empresa e Liberdade de Imprensa. Escrevo não para desabafar, porque o “verme de defunto” que proferiu o vídeo que muitos de vocês já conheceram, que outros conhecerão e que reproduziremos no Desacato, como já o foi reproduzido no site de Celso Martins e em tantos outros espaços decentes, não pode ser levado a sério. Escrevo essencialmente, porque não pode ser exibido esse objeto repugnante do sistema na hora na qual as famílias, as crianças, os adolescentes, se alimentam, para dar continuidade à labuta diária. Estou falando de censurar ao tal Luiz Carlos Prates? Não, estou falando de censurar a quem nos conduz à insanidade mental, à mentira, ao oportunismo, à promiscuidade, à prostituição e à obscenidade. E esse ser que vomitou esses trejeitos sonoros na RBS TV induziu na sua louca paródia a tais condutas.

Quero me dirigir aos colegas que iniciam a trilha desta linda atividade de informar, comunicar, transmitir, narrar, articular opiniões, isso tudo através de uma técnica adequada, para que contemplem os valores sociais mais solidários, civilizados, progressistas, julgando à violência privada, estatal e paraestatal, servindo ao povo, educando e trabalhando para a liberdade plena do povo a partir da ética e da honestidade. Para que observem especialmente o preço que se paga muitas vezes pela fama, pela vaidade de “se achar”, pela inquietude de ser o centro das atenções, pela tranqüilidade de um salário bom e uma aposentadoria polpuda em troca do favor ao amo. Que efêmera é a mentira e que poucas décadas dura oculta a triste verdade de um senhor que engana na TV e na rádio e que fica, pela sua própria boca e imagem deflagrado em toda sua dimensão: UM JORNALISTA TARIFADO, UM BONECO DE VENTRÍLOQUO.

Esse é o pecado do colega que defende em troca de imagem, fama e dinheiro a LIBERDADE DE EMPRESA contra a LIBERDADE DE IMPRENSA. Ou se empresta para qualquer faxina ou perde o emprego. A Liberdade de Empresa motivou uma campanha brutal contra a democracia venezuelana, baseada na mentira e criando a percepção de que a não renovação de concessões de ar para determinados meios em favor dos meios públicos e populares era um ato ditatorial, a mesma campanha que estão iniciando no Equador. A Liberdade de Imprensa permite que em lugar de se modelar a opinião do povo se lhe permita a ele próprio, em seu interesse e linguagem expressar e ouvir aquilo que lhe concerne como produtor da riqueza. Falamos da luta de classes na comunicação. Esse tal Prates defende à classe social à qual serve de forma ordinária e despótica. Dono da verdade única pousa de Zaratustra mediático e entra nos lares com impudica permissividade. O que há de ser cerceado no senhor esse não é que diga o que pensa, mas sim, a deformação da verdade proposital em defesa do interesse único do seu patrão e próprio, e as formas que utiliza para atacar contra a consciência coletiva, pretendendo, através da mentira, deformar o imaginário popular para que favoreça a violência, a tortura, a perseguição e a submissão dos direitos humanos.

Quando não há monopólios há soma de mensagens expressadas, gera no coletivo social a “grande verdade de todos”, aquela que por ser o conjunto da diversidade de opiniões, visões da notícia, confrontações de fatos, acumulações de experiências e culturas que a emitem e receptam, é assimilada pelo povo como própria e não do dono do meio. A Soberania Comunicacional dos Povos inibe a existência de meios e personagens autoritários como o personagem nefasto em questão.

Finalmente, não sejamos ingênuos: o discurso deste funcionário do monopólio RBS apenas segue a linha do que começou a se desenvolver revestido de “democracia conservadora ofendida” na Venezuela, e de Golpe de Estado em Honduras. A beatificação do Golpe de Estado do nosso povo irmão de Honduras não é um acaso avulso do Império e das oligarquias regionais, é um Projeto Condor II para América Latina. Os Oscar Arias, José Miguel Insulza, Uribes, Martinellis, Alan García, Cisneros, Vargas Llosa, etc. começam a tocar os sinos da guerra. Este pobre homem da RBS é uma cópia grosseira e provinciana desse projeto que voltou a se instalar na região. Mais um beato da Ditadura. Um detalhe apenas: Não é de duvidar que ele fosse um jovem jornalista que pudesse andar solto e feliz por Porto Alegre, São Paulo, Belo Horizonte e Rio de Janeiro. De fato, o brotinho já era golpista, fazia parte dos acólitos do golpismo. Ou mesmo não poderia dizer Vladimir Herzog.

Em fim, aguardo com humildade, que em homenagem à memória de Adolfo Dias e a tantas vítimas em graus diversos que esta terra já teve desde a Ilha até o Contestado, meus caros e respeitados Lelê de Souza, Hamilton, Geraldo Barbosa, e especialmente o Sindicato de Jornalistas inicie ações legais e públicas com a finalidade de que nossas crianças e adolescentes, não mais sejam submetidos a esse assédio comunicacional na sala dos seus lares. Prates tu és um verme, vá para Miami, esse é o teu lugar.

JUSTIÇA JÁ!

O vídeo, para quem ainda não viu:
http://www.youtube.com/watch?v=PMTHhbwUAqw

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Honduras: Resistência anuncia fracasso da farsa eleitoral: 65% de abstenção

O Comunicado nº 40 da Frente Nacional de Resistência Popular Contra o Golpe de Estado denuncia o fracasso da farsa eleitoral e convoca o povo para uma assembléia geral em Tegucigalpa.

Com plena satisfação anunciamos ao Povo hondurenho e à comunidade internacional que a farsa eleitoral montada pela ditadura foi contundentemente derrotada devido ao fraquíssimo comparecimento de votantes às urnas a tal ponto desmoralizante que o Tribunal Eleitoral golpista teve que prorrogar a votação em uma hora a mais - até as 17 horas. Só não enxerga quem não quer ver. O monitoramento que nossa organização realizou em nível nacional nos mostra que o índice de abstenção é no mínimo entre 65% e 70%, o mais alto em toda história nacional, o que implica que apenas votou um máximo de 30% a 35% do eleitorado. Desta forma o povo hondurenho castigou os candidatos golpistas e a ditadura, que agora está em apuros para mostrar à opinião pública internacional um volume de votantes que não existiu.
Denunciamos que para fazerem isso recorreram a manobras fraudulentas como a entrada de salvadorenhos ligados ao Partido ARENA, trazidos para votar em nosso país, tal qual foi denunciado pelos camponeses no município de Magdalena, Intibucá. Devemos esperar também que busquem aumentar o número de votantes por meio da manipulação eletrônica.
O desespero do regime é tanto que reprimiu brutalmente a manifestação pacífica que se realizou em San Pedro Sula, na qual teve vários companheiros feridos, golpeados e presos; e há também um desaparecido. Entre os feridos informa-se que há um repórter da agência de notícias Reuters e também relatam que houve prisões de religiosos do Conselho Latino Americano de Igrejas que trabalhavam como observadores dos direitos humanos.
Considerando que este resultado representa uma grande vitória do povo hondurenho, a Frente Nacional de Resistência convida todo o povo de Honduras para em resistência realizar no dia de amanhã (30/11) a comemoração da derrota da ditadura.
Convocamos em Tegucigalpa uma Grande Assambléia no dia 30, a partir do meio-dia na sede do STYBIS e uma grande Caravana da Vitória contra a Farsa Eleitoral a partir das 15 horas com saída do Planeta Cipango.
Tegucigalpa, 29 de Novembro de 2009.