segunda-feira, 26 de abril de 2010

Catarinenses marcham pela redução de jornada de trabalho

Marcha acontece em Florianópolis, quarta-feira, 28 de abril, Dia Internacional em Memória das Vítimas de Doenças e Acidentes no Trabalho
Centrais sindicais de trabalhadores no Estado promovem quarta-feira, dia 28 de abril, a Marcha dos Catarinenses – Pela Vida e Saúde da Classe Trabalhadora. A Marcha marca a celebração do Dia Internacional em Memória das Vítimas de Doenças e Acidentes no Trabalho e acontece na Praça Tancredo Neves, centro de Florianópolis, a partir das 13 horas. Milhares de trabalhadores catarinenses participam do evento que tem por objetivo mobilizar a sociedade em torno dos problemas de saúde causados pelo excesso e péssimas condições no ambiente de trabalho. Trabalhadores da indústria, comércio, serviços, empregados, desempregados e aposentados, servidores públicos municipais, estaduais e federais, trabalhadores autônomos, agricultores familiares e ou acampados estarão juntos na Marcha dos Catarinenses.
A Marcha dos Catarinenses defende a Saúde dos trabalhadores e trabalhadoras, a redução da jornada de trabalho para 40 horas semanais sem redução de salário, o fim da criminalização dos movimentos sociais, a valorização do piso estadual de salário, implementação do piso nacional de educação, valorização dos servidores públicos, universalização dos direitos sociais, ética e moralidade na política, reforma agrária e política agrícola, entre outros temas.

Uma morte a cada dois dias

Em Santa Catarina, conforme o Sistema de Informações e Mortalidade do Ministério da Saúde, entre 2007 e 2008 foi registrada uma morte a cada dois dias decorrente de acidentes de trabalho, além de mutilados ou incapacitados para o trabalho, fadiga, problemas de coluna ou depressão. Os números reais devem ser bem maiores, mas não são registrados porque o empregador não registra as ocorrências através da CAT (Comunicação de Acidente de Trabalho). Os atendimentos de perícias médicas são demorados e desumanos. Doentes, os trabalhadores e trabalhadoras são tratados com descaso.

Redução da jornada gera mais emprego e saúde

O Brasil tem uma das jornadas mais longas do mundo. Além de extensa, não há limite semanal, mensal ou anual para a execução de horas extras, o que torna a utilização de horas extras no país uma das mais altas. Todos ganham com a redução da jornada, inclusive o patrão. Os trabalhadores ganham porque ficam com mais tempo livre para viver a vida. Os patrões, porque passam a contar com funcionários mais felizes e mais saudáveis, o que aumenta a produtividade, falta menos e trabalha melhor, produz com mais criatividade.
Também o Estado e o Sistema de Saúde gastam menos com doenças profissionais, afastamentos, acidentes de trabalho, e a economia cresce, porque, com mais gente empregada, mais consumo. A sociedade, de um modo geral, também é favorecida com a redução da jornada porque, com mais tempo de lazer, o trabalhador passa a se ver como um cidadão e conseqüentemente passa a se envolver com tudo e a participar da vida social e cultural que lhe é oferecida, que está à disposição. Por fim, a redução da jornada para 40 horas deve gerar 2,3 milhões de empregos no país, segundo o Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócio-econômicos).

Entidades promotoras da Marcha dos Catarinenses

A Marcha é uma iniciativa das centrais sindicais CTB (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil), CUT (Central Única dos Trabalhadores), Força Sindical, NCST (Nova Central Sindical de Trabalhadores), UGT (União Geral dos Trabalhadores), Movida (Movimento em Defesa da Saúde e Segurança da Classe Trabalhadora Catarinense), Fetiesc (Federação dos Trabalhadores nas Indústrias de Santa Catarina), Confederação Nacional dos Trabalhadores na Indústria, Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra e MMTU (Movimento das Mulheres Trabalhadoras Urbanas de Santa Catarina).

INFORMA

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